Música para o saneamento básico.


Por Tarcísio Sant'Ana e Joe Kallif
MESA – Música e sua influência
Nossa cidade é linda, com potencial para se desenvolver em diversas áreas; artística, turística, econômica e social. Contudo, sem solucionar os problemas básicos, Macaúbas continua sendo uma cidade que poderia ser, que poderia ter.

Formamos uma sociedade que padece, sonhando com o quê “poderia”. Que poderia ter uma universidade pública, que poderia ter rotas de turismo religioso, ecológico e esportivo, que poderia dar reconhecimento aos seus artesãos e artistas... São tantos “poderias”! Mas como teremos coisas boas se não temos o básico, ou seja, água potável para todos, controle de pragas, aterro sanitário, esgoto coletado e tratado etc.?

São esses tópicos que formam o “saneamento básico”. Sanear é um verbo que significa solucionar, resolver. Falta, em nossa cidade, a solução de suas questões básicas!

O saneamento básico se divide em cinco partes:

A primeira parte é a coleta e distribuição de água
potável, para todos, em qualidade e quantidade. 

A segunda parte é a coleta e destinação correta (aterro sanitário) dos resíduos sólidos (lixo). 

A terceira parte é o controle de pragas, tais como, roedores, insetos e outros animais prejudiciais à saúde humana. 

A quarta parte é o aproveitamento das águas da chuva e a correta destinação do seu excedente. 

A quinta parte é a coleta e o tratamento do esgoto. 

Com o propósito de alertar sobre essas faltas graves, surge o Primeiro Festival Musical pelo Saneamento Básico de Macaúbas. Tal festival foi organizado por militantes da causa, com apoio de estabelecimentos comerciais, órgãos públicos e movimentos sociais. 

Vale lembrar que, há dez anos, o tema saneamento básico, com ênfase em esgotamento sanitário, começou a ser discutido. Desde então, aconteceram avanços significativos; os Poderes Públicos foram estimulados e as escolas da sede receberam programas de esclarecimento. Com a discussão do assunto, um antigo projeto de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (E.T.E.) foi reativado. Esse projeto já foi atualizado técnico e financeiramente, por órgãos do Governo Estadual. Porém, com as recentes eleições e os consequentes ajustes na máquina pública, a obra aguarda definições dos Poderes Executivos Municipal e Estadual. Cabe ao povo a tarefa de cobrar a Prefeitura de Macaúbas e o Governo do Estado da Bahia, para que não haja demora desnecessária, pois nosso esgoto está em nossos vales, ruas, lagoas e rios! É importante lembrar que a manifestação via redes sociais é válida e necessária! Exerçamos a cidadania! Cobremos nossos governantes, via Facebook e Instagram. Afinal, eles são nossos representantes, nossos funcionários!

Atualmente Macaúbas conta com um Conselho Municipal de Saneamento Básico, exigência legal para  recebimento de recursos federais para obras de saneamento básico. Em breve teremos o Plano Municipal de Saneamento Básico. Esse plano se encontra em fase final  de liberação, no governo estadual, que licitará uma empresa para fazer audiências públicas em todas as comunidades macaubenses, avaliando suas  necessidades e o quê deverá ser feito a curto, médio e longo prazos.

Outro ponto a ser observado é a questão dos nossos resíduos sólidos (lixo). Há décadas Macaúbas faz uso do “lixão” para descartar tais resíduos.  A altíssima quantidade de moscas, em nossas casas, é consequência desse ato irresponsável; o uso do “lixão”. A solução desse terrível problema é a construção do Aterro Sanitário, uma obra cara que tirará o contato do lixo (e o consequente chorume) com o solo e rios subterrâneos.

Pelo seu alto custo, o Aterro Sanitário precisa ser construído em consórcio entre as cidades de Macaúbas, Ibipitanga e Boquira. Desde o início de 2018, o Conselho Municipal de Saneamento Básico vem tentando marcar uma primeira reunião com os Poderes Executivos envolvidos (e suas respectivas Secretarias de Meio Ambiente), porém, sem sucesso. Será que Boquira e Ibipitanga não passam pelos mesmos problemas que assolam Macaúbas?

Apesar das dificuldades, tivemos avanços. Em 2018 Macaúbas iniciou um programa de coleta seletiva de lixo. Para iniciar o processo, os estabelecimentos comerciais já estão separando seu lixo entre orgânico e não orgânico. Em breve será a vez das residências, que deverão ter duas “lixeiras”; uma para o lixo orgânico e outra para o lixo não orgânico.

Hoje, toda a sociedade macaubense sabe da sua profunda crise hídrica, onde 20% não tem água nas suas torneiras! Sofremos com a falta d’água e adoecemos com o esgoto a céu aberto. Apesar dessa triste realidade, não aproveitamos as águas da chuva, nosso esgoto contamina nossas lagoas e rios e nosso lixo (chorume) compromete nossos rios subterrâneos. Somente a conscientização evitará o pior para Macaúbas! 

Uma vez conscientizados, evitaremos que o Rio Tinguis tenha um fim igual ao da Lagoa do Açude, evitaremos a escravização por carros-pipa, evitaremos as frequentes “viroses” etc. Para Macaúbas, a conscientização é uma questão de sobrevivência. 

Saneamento básico salva vidas! Salvemos nossa cidade!

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