A LUTA DOS SERVIDORES DA SAÚDE E O ATRASO DA VELHA POLÍTICA MACAUBENSE

A LUTA DOS SERVIDORES DA SAÚDE E O ATRASO DA VELHA POLÍTICA MACAUBENSE

Por Elismar C. Oliveira

       Tenho acompanhado nos últimos dias nas redes sociais as legítimas reivindicações dos servidores da saúde de Macaúbas, em especial dos profissionais da UPA 24h, revelando as dificuldades encontradas para o desempenho de suas funções e a completa precarização do serviço de saúde do nosso Município, situação que se agrava ainda mais devido à pandemia do novo coronavírus.

       O conturbado momento pelo qual passamos, de incertezas e preocupações, apresenta-se também como oportuno para refletirmos sobre os serviços públicos ofertados em Macaúbas e o modus operandi da velha política.

     A nota emitida pela Prefeitura sobre as recentes manifestações dos profissionais da saúde é vergonhosa. Tem nítido caráter intimidatório. Noticia inclusive que comunicará os fatos ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público do Trabalho.

        Aos aguerridos servidores que lutam dignamente por seus direitos eu vos digo o seguinte: não há o que temer. O que a Prefeitura deveria comunicar a esses órgãos é a ausência de concurso público e processo seletivo, descumprindo a Constituição e o TAC nº 102/2013, bem como o não pagamento de 13ª salário e 1/3 de férias aos servidores contratados.

      Um gestor que tem compromisso com o serviço público, em especial à sensível, complexa e importante área da saúde, realiza concurso, seleção pública, busca aprovar um Plano de Carreira compatível com o orçamento do Município e capaz de oferecer estímulo aos servidores. Não tergiversa com o pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade, obrigando os servidores que trabalham em ambientes insalubres e periculosos a judicializarem para ter garantido os seus direitos.

      É importante compreender como a forma hegemônica de se fazer política em Macaúbas é prejudicial a todos nós. Não se trata apenas da incompetência dos que ocupam uma cadeira no executivo (o que também é verdade), trata-se de um modelo exaurido, que deixa a população à deriva. Na área da saúde, esse modelo certamente já ceifou a vida de muita gente precocemente.

         Iniciei o texto falando da necessidade de refletirmos sobre o modus operandi da velha política. Esse modo de operação não foi inventado pelo atual prefeito, ele aprendeu bem as técnicas e acredito que até as aperfeiçoou, mas o formato é antigo, praticado há décadas, ultrapassado e, como disse, nocivo, o que exige de nós ação e coragem para promovermos um rompimento abrupto.

         Todo apoio aos servidores da saúde do nosso Município. Não esperem benevolência dessa gente que está no poder. Lutem por seus direitos!

       Só a luta muda a vida!

Elismar C. Oliveira