O BREJO SAI EM DEFESA DOS SERVIDORES DA UPA DE MACAÚBAS


O BREJO APOIA A LUTA DOS SERVIDORES DA UPA DE MACAÚBAS

Por Mateus Christian S. Carvalho

        Marx inicia seu manifesto afirmando que “A história de toda sociedade até hoje tem sido a história das lutas de classe”. Em toda luta, há lados e aliados. No que se refere a luta de classe, o lado que oprime é o lado que dita as normas, que se vê dono do mercado e pensa deter a custódia do capital. É o lado que emprega. Durante muitos anos a concepção dessas ideias era vaga e pouco operante. Entretanto, com organização de ideologias a esquerda da situação e com o crescente movimentos em defesa do trabalhador, a luta por direitos trabalhistas tomou forma e cresceu, alcançando um complexo nível de organização a partir da luta sindical.
          
       Salário mínimo, férias, o adicional de insalubridade e periculosidade são exemplos das conquistas que favoreceram os trabalhadores. Mesmo com ataques políticos e ameaças diversas, os trabalhadores conseguiram ter representatividade por meio da luta sindical. Os sindicatos tornaram-se a voz organizada do movimento trabalhista e de forma progressiva as diferentes classes criaram sindicatos que defendiam suas pautas. Todo esse processo não foi diferente em macaúbas. A luta sindical em nossa cidade tomou forma e deu voz aos mais diferentes servidores, como a APLB dos professores, o Sindicato dos trabalhadores rurais e o Sindicato dos servidores públicos. O alvo da maioria das ações desses sindicatos visa buscar melhorias de condições de renda e trabalho, lutando contra o principal empregador em nosso município – A prefeitura da cidade.
            
         A discussão do atraso em que vive Macaúbas é antiga. As tentativas de evoluir a cidade na geração de renda e emprego foram mínimas. Não há empresas que forneçam alternativas seguras de serviço, não há órgãos que garantam educação e oportunize formação superior e muito menos há vistas para o desenvolvimento de tais necessidades. Portanto, a prefeitura ocupa o centro das negociações formais de emprego em nossa cidade. Com poucos concursos e muitos contratos, a máquina pública garante aos políticos o cenário perfeito para a reeleição, mas o trabalhador pena com péssimas condições de trabalho e salários abaixo de seus direitos.
            
         Há inúmeros exemplos que evidenciam essa realidade. Por hora, essa edição especial do brejo visa apoiar e informar aos leitores a recente luta dos  servidores municipais da UPA que buscam, sem sucesso e em meio a muita perseguição , melhorias no serviço oferecido pela unidade de saúde em que atuam e reajustes salarias necessários para a categoria. É preciso que todos os cidadãos macaubenses apoiem esse movimento. É preciso que nossa cidade fique do lado do trabalhador. Melhorar as condições de trabalho desses servidores é melhorar as condições de saúde de nosso município. Há muitas informações incoerentes quanto a luta desses servidores, por isso, procuramos o sindicato da categoria para esclarecimento quanto os motivos, desafios, conquistas e propostas desse movimento.
            
       Segundo nota do Sindicato dos servidores públicos de macaúbas, “Acerca das condições lastimáveis de trabalho ao qual os servidores públicos (em especial os da saúde) vem se submetendo (com acervo de provas coletadas dos próprios servidores públicos, juntamente com vídeos e listas de assinaturas comprovando esses absurdos), vale frisar que, primeiro, os equipamentos de proteção individual entregues a servidores da linha de frente no combate a doenças infecto-contagiosas como o corona vírus, estão irresponsavelmente errados, mascaras de tecido senhor prefeito? Onde estão as máscaras N95 para todos que estão na linha de combate como preconiza as autoridades da saúde? Onde estão os equipamentos de proteção individuais corretos? Apesar do Sindicato dos Servidores Públicos de Macaúbas ter enviado oficio à Prefeitura Municipal, exigindo os devidos Equipamentos de Proteção Individual, com a devida assinatura de recebido da prefeitura, fomos ignorados! Aqui se trata de vidas! Os servidores da saúde são pais e mães de famílias, são a linha de frente no combate a Pandemia, precisam estar resguardados para continuar cuidando da sociedade!  Além do mais, conforme parecer da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, Vigilância Sanitária e Normas regulamentadoras, a insalubridade é devida à todo profissional que porventura venha ter possível contato com doenças infecto-contagiosas. É um direito do servidor!
            
        Vale frisar que, salários defasados, sem reajuste a mais de 10 anos aos servidores públicos municipais, entre outros direitos fundamentais, como pagar o valor salarial conforme previsto em editais prévios de Concursos públicos, ao qual parte dos servidores foram submetidos e aprovados, precisam ser pagos de forma integral. Sem contar a falta de pagamento de anuênios atualizados dos servidores públicos municipais. Vários direitos são negados aos servidores públicos. Fato público e notório!”
           
         O texto enviado pelo sindicato dos servidores ainda destaca a vergonhosa nota lançada pela prefeitura em resposta a “manifestações pacificas e constitucionais de servidores públicos municipais do setor de saúde deste município.”. Segundo o sindicato, a nota da prefeitura diminui “a importância do servidor publico da saúde, os chamando de minoria, já se comprova como o referido prefeito trata os servidores da saúde. Não somos minoria senhor prefeito, somos centenas. Exigimos respeito e reconhecimento à categoria!” e conclui com um apelo: “Tenha respeito e gratidão por nossos servidores da saúde! Somos a linha de frente no combate à pandemia do Corona vírus!”
            
        É essencial que lembrem que somos um jornal democrático. Estamos do lado do povo macaubense, portanto apoiamos o movimento dos servidores da UPA de nossa cidade! Vamos juntos tirar Macaúbas do atoleiro, do Brejo!


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