Sistema Único de Saúde (SUS): Do Corona à Dipirona

Sistema Único de Saúde (SUS): Do Corona à Dipirona

           O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma entidade política. Faz parte de um projeto maior de desenvolvimento social baseado em ações coletivas. Portanto, é normal que se cobre eficácia, denuncie irregularidades e espere melhorias. Participação popular, inclusive, faz parte das diretrizes do SUS. Mas, a crítica pela crítica não é o caminho para essas melhorias. É preciso conhecer para contribuir. É preciso informação para defendermos o coletivo!

             A proposta do SUS foi pensada a partir da organização de diferentes classes da sociedade que buscavam desenvolver um serviço em saúde universal, integral e com equidade. De modo que o SUS não se limita ao serviço médico ofertado na UPA e nas UBS. A rede SUS é formada por universidades, agências, fundações de ensino e pesquisa, hospitais universitários. Todos conectados com secretarias de saúde, assim como os conselhos municipais e as conferências, que garantem a participação social. O SUS engloba sistemas de informações, vigilância em saúde e assistência farmacêutica, realiza transplante de órgãos, possui programas famosos mundialmente como o Programa Nacional de Imunizações e a Política Nacional da Atenção Básica.

            O SUS é organizado com protocolos de ação extremamente modernos. Quando a pandemia de Coronavírus chegou ao Brasil, apenas o SUS possuía atendimento organizado para enfrentá-lo. Pacientes da rede privada, por exemplo, tiveram que recorrer ao serviço público ofertado pelo SUS. Foi o SUS que desenvolveu ações de prevenção, controle e atendimento para o enfrentamento da COVID-19. É preciso entender que o SUS é operante, eficaz e organizado. Há protocolos para ações simples, como receitar e fornecer medicamentos como analgésicos, e para programas mais complexos, como no desenvolvimento de ações no controle de uma pandemia.

           Entretanto, desde a sua implantação, em 1989, o SUS vem sofrendo diversos ataques, sendo constantemente ameaçado pelo poder público e pelo sistema de saúde privado e indústria farmacêutica, cujos interesses se distanciam das políticas sociais de saúde. A sociedade e inclusive os profissionais envolvidos também podem ameaçar a estabilidade do SUS, mostrando-se desinteressados em defender os programas em que estão inseridos e até mesmo por criticar de forma desonesta. Não é diferente em Macaúbas. O SUS que, por vezes, acreditamos não funcionar em nossa cidade é fruto de uma conjuntura maior que envolve várias estruturas sociais e que tem início na histórica má gestão da saúde pública municipal.

            É direito dos macaubenses um sistema de saúde integral, eficaz e público, mas a saúde em macaúbas sofre, há anos, com a precarização. Falta muito para atingirmos condições de qualidade e eficiência: Falta gestão coordenada e prevenção em saúde. Não há saneamento básico adequado, por exemplo. Falta insumos, profissionais e fiscalização. Falta participação popular. Deveríamos ter suporte para enfrentamento de eventualidades, como a pandemia da COVID-19, mas não é essa a nossa realidade. Sabe-se que a gestão municipal tem limitações, mas essas não deveriam ser obstáculos para a busca por melhorias. É preciso ação! A Saúde pública em macaúbas precisa ser levada a sério, pois nossa população depende majoritariamente dela. Precisamos cobrar de quem representa o povo, mas antes, é sempre importante nos informar! Leia e fale sobre saúde pública. Ela faz parte de nossa vida. Defenda a saúde pública de Macaúbas. A manutenção do direito à saúde é de responsabilidade de todos.


Imagens que ilustram a atuação do SUS no município de Macaúbas. Fonte/Divulgação:  Blog macaubense life (1° imagem) e site da prefeitura municipal de Macaúbas (2° imagem). 
     

Texto publicado na coluna mensal de saúde do jornal O Brejo. Responsáveis: 

Ana Claúdia Guedes, sanitarista e colaboradora do Brejo;

Mateus Christian S. Carvalho, acadêmico de Medicina e colaborador do Brejo;

Nara Lourdes M. Rodrigues, acadêmica de fisioterapia e colaboradora do Brejo.

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